FAE Curitiba - Palestra em 5 de outubro de 2017

     Esta semana tivemos a oportunidade de receber a visita dos estudantes da FAE Curitiba de Tecnólogo em Logística, juntamente com a Profª Cristiane. Neste dia pude ministrar uma palestra sobre Logística na Prática e compartilhar alguns conhecimentos de Supply Chain e os principais desafios que o nosso setor necessita transpor.

     Foi um momento de muita troca de experiências entre os alunos e a vivência prática que os profissionais que atuam na área tem.

Muito obrigado!


Agricultura 4.0! Como entender esta nova onda e seus desafios?

     Temos alguns desafios para superar e entrarmos de vez na tal Ag 4.0. Gostaria de compartilhar com você alguns "muros" que temos que transpor e os caminhos que proponho para superar esta fase, onde as novas tecnologias estão despontando. Como disse o papa da administração moderna:


     “Solução dos problemas apenas restaura a normalidade. Aproveitar oportunidades significa explorar novos caminhos” – Peter Drucker

     Cito para você apenas alguns desafios que temos que superar para implementação total da Ag 4.0 no Brasil:




          - Temos problemas de conectividade no campo, com a falta de sinais de Internet entre os implementos, máquinas e as sedes das fazendas;

     - Você sabia que não temos um padrão de comunicação entre os principais atores do sistema, ou seja, os tratores, colheitadeiras, pulverizadores e implementos não usam um mesmo protocolo de transmissão de dados entre si;

     - Nem todos, ou quase nenhum gestor das fazendas e empresas de implementos entende a sopinha de letras que é utilizada no meio Ag 4.0;

     - Existe uma falta de conhecimento na gestão da Ag 4.0 no campo. Os gerentes das fazendas em sua maioria não conhecem ou não sabem fazer a gestão nesta nova fase tecnológica.

     Continue lendo este artigo, porque vou explicar para você quais os caminhos você pode trilhar para ter bons resultados na gestão da Ag 4.0...

    Tenho alguns sonhos e desejos para trilhar este caminho na Ag 4.0 que gostaria de compartilhar contigo, entre eles:



    - Eu gostaria de ter um melhor entendimento do que significa cada sigla no meio desta sopa de letrinhas ( ISOBUS, BIGDATA, IOT, Clound...);

     - Que a conexão de dados e informações nas fazendas fosse melhor;

     - Também gostaria que existisse um padrão de troca de informações entre as máquinas no campo e os aplicativos nas propriedades rurais;

     Abaixo uma breve experiência pessoal muito interessante sobre um desenvolvimento de produto que participei há alguns anos, um pouco antes da Internet entrar em nossas vidas:

    Eu trabalhava na equipe de desenvolvimento da cadeia de suprimentos um uma grande multinacional fabricante de tratores e colheitadeiras. Esta empresa até os dias de hoje é líder em seu segmento e está sempre inovando.

    Então surgiu uma oportunidade de desenvolvermos de um sistema de controle eletrônico para o levante hidráulico dos tratores, algo bem avançado para a época. Fui convidado para fazer parte da equipe que iria implementar esta nova tecnologia lá na década de 90, e assim dar apoio como braço de Supply Chain neste time de projeto.

     No início tivemos vários problemas de desenvolvimento nesta tecnologia eletrônica, pois naquele tempo no Brasil não tínhamos bons fornecedores na cadeia de suprimentos, ou seja, já na arrancada do projeto "a coisa" não iniciou bem, com muitos erros.

     Após a fase de desenvolvimento, lançamos os tratores com o novo sistema de levante, e logicamente os problemas só aumentaram com o uso no campo, com a entrada de poeira e umidade no sistema, e aí estava um dos principais desafios da equipe. Além da entrada de poeira, não possuíamos um bom sistema de chicotes elétricos e conexões, porque os conectores não falavam com o trator e nem com o sistema hidráulico, e a máquina parava de funcionar. Fracasso total!

     Por fim, encontramos um fornecedor mundial com grandes profissionais e com um grande chefe de projetos na Europa, que nos socorreu, mostrando que o nosso maior problema era de conectividade entre as partes e os sistema como um todo. Eureca! Resolvemos o problema!

     Você não acha que este problema de conectividade é um dos maiores desafios na Ag 4.0?
     Eu acredito que sim, pois temos a falta de sinal de Internet em muitos pontos do Brasil, dificultando a troca de dados entre máquinas e a sede das fazendas.
      
     Não pare de ler aqui por favor, vá até o fim desta leitura, porque proponho para você algumas saídas para estes dilemas na Ag 4.0

     Sugiro para você 5 grandes pilares de solução dos maiores desafios da Ag 4.0, sendo:

     PILAR 1 - Sopa de letrinhas
     Você deve entender a sopa de letrinhas da Ag 4.0 e colocar os termos em seus devidos lugares. Logo abaixo destaco para você as principais siglas deste emaranhado tecnológico:

     BIGDATA
     AG 4.0
     Agricultura de precisão
     IOT

     PILAR 2 - Conectividade
   A conectividade entre as máquinas, a fazenda e a gestão devem ser boas, pois assim pode-se aproveitar o máximo das informações, aumentar a produtividade, melhorar o gerenciamento das máquinas no campo e consequentemente aumentar o lucro.

     PILAR 3 - Padrão de comunicação
     Hoje cada fabricante de máquinas e implementos agrícolas não possuem um padrão de comunicação bem definido e aceito entre os próprios construtores, porque cada um quer impor um protocolo de comunicação, mas acredito que estamos chegando ao final desta fase, e  cito um exemplo para você onde isto já está resolvido: nos smartphones, que no início de sua fabricação tinham seus protocolos e sistemas de comunicação próprios, mas ao longo do tempo foram obrigados a mudar e unificar a conectividade.


     PILAR 4 - Desafio da gestão das informações.
     O que você faz com tantas informações geradas na Ag 4.0?

     Após superada a fase de aplicativos, conexão entre máquinas e a fazenda, os gestores passarão a receber um tsunami de dados e o desafio será a gestão deste turbilhão de informações e transformar isto em ações junto a sua indústria a céu aberto, portanto muitas oportunidades vão surgir neste momento.


     PILAR 5 - Um mundo novo e sem informações!
     Você possui conhecimentos, ou sabe onde procurar ajuda para fazer a gestão na Ag 4.0?
      Bem, este é outro desafio importante na Ag 4.0 e me preocupa muito, porque a velocidade da inovação é imensa, logo ainda estamos engatinhando neste tema, mas te dou uma sugestão que é estudar constantemente Ag 4.0, pois teremos em breve um apagão de conhecimento nesta área, ou seja, esta é uma grande oportunidade de empreender no setor.

     Abaixo dou um exemplo para você de um trabalho realizado na UFPR e uma oportunidade de aprendizado.

     Time de projeto da Indústria 4.0 e professores da UFPR




     Espero que tenha gostado desta postagem, apenas cabe salientar que está tendência na Ag 4.0 vem para ficar e o tema é vasto e não está totalmente resolvido.

Agroactiva 2017 - Argentina

     No mês passado, estive na Agroactiva, feira de máquinas e implementos agrícolas na Argentina, que foi realizada na cidade de Amstrong - Santa Fé, e gostaria de compartilhar com você algumas informações sobre o agrobusiness argentino.

     Acredito muito na cadeia de suprimentos do agronegócios argentina, pois "los hermanos" tem boas terras para plantar e colher bons produtos, possuem um carne bovina de altíssima qualidade e a sua indústria de máquinas agrícolas e de fornecedores está bem estabelecida e é pujante.

     O que você acha da logística voltada para o agrobusiness argentino?

     Bem, quanto a logística voltada para o ramo agrícola, eu acredito que ela está bem dimensionada para suportar as demandas da cadeia de suprimento, e até o momento está dando conta  do crescimento e da demanda, conforme você pode notar no gráfico abaixo, onde apresento os números dos milhões de toneladas da produção de grão das safras do pais vizinho:


Unidade: Em milhões de toneladas por safra (eixo Y do gráfico).
Fonte: Ministério de Agroindustria Presidencia de la Nación Argentina


     Outra informação importante que destaco para você é que o governo argentino está preocupado com o tema sanitário na carne, talvez devido aos últimos fatos ocorridos no Brasil e que poderão impactar direta ou indiretamente nas exportações argentinas. Na XXXI Reunión Ordinaria del Consejo Federal Agropecuario (CFA) o minitro Ricardo Buryaile, disse para os pecuaristas argentinos: 
" consolidar el status sanitario de nuestro país y preservar los mercados abiertos", ou seja, existe uma preocupação das autoridades argentinas dos futuros impactos negativos no supply chain da carne depois dos fatos ocorridos em solo brasileiro.

     A cadeia de suprimento do agronegócio da Argentina é bem estruturada no que tange aos fabricantes de máquinas e implementos agrícolas, pois existe uma gama de oferta de tipos de equipamentos bastante diversificada e muito customizada para as necessidades dos agricultores argentinos. Além disto, você pode acreditar que na cadeia de suprimentos Argentina  a oferta de componentes para esta indústria mecânica agrícola está bem servida, com uma rede de fornecedores de insumos para os fabricantes ampla e com uma excelente logística dentro da Argentina.


    Concluindo, você pode aprender mais estudando a cadeia de suprimentos do pais vizinho, porque eles possuem uma tradição em fabricação de máquinas agrícolas e componentes de longa data e têm muito a nos ensinar.

UNIARP - Suppy Chain Management - Expatriados


    Abaixo entrevista com um colega francês que veio para o Brasil morar 2 anos para implantação de um projeto em nossa unidade:

Supply Chain Chanel - Entrevista com expatriado Francês



AGRISHOW 2017 - Novidades

     Estive na AGRISHOW 2017 acompanhando o lançamento da Kuhn e as tendências das máquinas agrícolas na atual conjuntura tecnológica e de mercado. Continue lendo este artigo onde farei alguns relatos de algumas novidades.


     Primeiramente gostaria de destacar para você o lançamento da máquina Stronger mecânica da Kuhn, onde suas maiores virtudes são a economia operacional e de manutenção, além da facilidade na de operação que é disponibilizada para o condutor do pulverizador. Também está disponível com a maior barra do Brasil, cobrindo maior área e minimizando a compactação de solo. Nesta versão você pode chegar a usar uma barra de 40 metros de alumínio!




     Também, pela primeira vez na AGRISHOW, você pôde ver uma empresa de gestão da inovação expondo suas tecnologias e propostas de negócios, possibilitando ao homem do campo acesso a ferramentas de tecnologia, solução de problemas, redução de custos e inovação. Trata-se da MJV, empresa com vasto conhecimento em Design Thinking. A MJV possui escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Londres, Atlanta e Houston. Maiores informações sobre as tendência de inovação é só clicar no link abaixo.


     Outra tendência que está se consolidando é o uso de drones no agronegócio, onde você pode utilizar para ter bons ganhos de produtividade e grande redução na aplicação de insumos na lavoura. Esta tecnologia é bem recente, mas está tornando-se uma excelente ferramenta de apoio as decisões dentro das fazendas. Neste setor poderei te dar um exemplo de empresa que está se destacando nesta tecnologia que é a Skydrones; http://skydrones.com.br/

     Bem, as novidades são muitas, quis apenas salientar algumas iniciativas e tendências mais importantes na AGRISHOW. Espero que você tenha gostado das observações e que elas possam contribuir para uma aplicação prática em seu trabalho. Abs










Publicação Revista Lideranças Março 2017


Como a Logística está reagindo e como reagirá após a crise econômica?

Ações para melhorar a Logística após a crise!

     Nas últimas semanas você deve estar lendo, vendo e ouvindo falar sobre a grande safra de grão que o Brasil está atingindo e os grandes resultados que estamos tendo em nossa balança comercial através do agrobusiness. E você não acha que isto é ótimo? Eu acho que Sim!

     Abaixo mostro para você a produção brasileira de grãos nos últimos anos, onde você pode observar um aumento na produção de mais de 32% em relação a 2011/12.

   
     Segundo o IBGE, temos entre 10% e 12% de perda de grãos durante o transporte após a saída da porteira das fazendas, ou seja, isto deverá representar uma perda de 22 milhões de toneladas nesta safra!
    
    

   
     Um dos modais mais utilizados para transportar toda esta carga anualmente é o transporte rodoviário, fazendo uso das nossa estradas, que em alguns casos estão em péssimas condições de trafegabilidade, e como consequência os custos e as perdas são muito grades. Estatísticas do IBGE diz que perdemos entre 10% à 12% a cada safra. Você pode imaginar o que é isto? São mais de 600.000 carretas de caminhões em perdas por safra!

     Como transportar esta safra toda até os consumidores finais, ou como levar estes grãos até os portos para exportar?

     Continue lendo este artigo, que vou abordar uma saída para reduzir as perdas de grão durante o transporte...

     Além disto, após os grãos chegarem nos portos, sofremos com outras ineficiências e perdas, aumentando também os custos de exportação. Para você ter uma ideia, anualmente perdemos 6% do PIB por ano, aproximadamente R$ 250 bilhões, segundo o Banco Mundial.




     E as nossas ferrovias?

     Segundos estudos e estatísticas da ABIFER - Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, tivemos em média por ano na década de 70, mais de 30.600 vagões produzidos. Depois caímos para uma média anual de 3.400 vagões produzidos na década de 90, praticamente sucateando o transporte ferroviário no pais. Abaixo mostro para você no gráfico, mais detalhes da produção média anual por década.


     Você deve estar se perguntando como está hoje a produção média de vagões...estamos recuperando o atraso das décadas anteriores, ufa!

     E quais são os seus sonhos para este desafio de perdas de grãos no transporte ?


     -Acredito que você deve estar desejando estradas mais conservadas;
     -Também você deve estar pensando em mais ferrovias com vagões de cargas eficientes;
     -Portos preparados para escoar a safra com maior rapidez e economia;
     -Sistemas aduaneiros eficientes facilitando a exportação e com menor burocracia.

     Bem, estes são apenas alguns sonhos que eu e você estamos pensando e desejando, certo?

     E que tal minimizar a perdas de grãos e de quebra diminuir os impactos dos prejuízos causados pelo transporte?

     Qual o segredo para alcançar esta meta de redução nas nossas perdas?

     A grande saída para a redução nos impactos nas perdas é agregarmos valor aos nosso produtos. Temos que reduzir a exportação das commodities diretamente e de forma pura, ou seja, agregar valor aos produtos vendidos no mercado interno e exportados. Como?

     Aprofundando o nosso conhecimento na cadeia de suprimentos do agronegócio e transformando os nossos grãos em leites de alta qualidade, iogurtes, ovos ou massas,  e nas venda finais multiplicarmos o valor agregado aos produtos vendidos.



     Resumindo, a saída é diminuirmos o transporte de grãos até os portos e passarmos a transportar e exportar produtos de maior valor agregado, deixando a cadeia de suprimentos do agronegócio mais forte. Um bom exemplo disto são as nossas grandes cooperativas que transformam produtos e agregam valor.

     Se você está gostando destas ideias e do artigo e quer apoiar mais pessoas a enfrentar os desafios na cadeia de suprimentos, compartilhe ou deixe a sua opinião. Abs!